sábado, 25 de junho de 2011

Selamento apical de tratamento endodôntico

Em contrução (última atualização: 25.06.11)
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1         ENSAIO PARA AVALIAR SELAMENTO APICAL DE TRATAMENTO ENDODÔNTICO

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Um ensaio para avaliar a capacidade de selamento apical de obturações endodôntica consiste na aplicação de uma série de passos que visam verificar a integridade e algumas propriedades físicas da interface material obturador endodôntico e paredes do sistema de canais radiculares.
Pode ser realizado de diversas formas, inclusive pela inspeção visual direta, porém mais frequentemente pela medição da infiltração de alguma estrutura física, biológica ou química. Assim, pode se realizar a infiltração de corantes, filtração de fluidos, infiltração de microrganismos  e seus subprodutos e infiltração de radioisótopos.
O uso de corantes nos ensaios de infiltração é muito comum e é medida pela observação da distância que o corante progride ao longo da interface dente/material obturador. Pode ser realizado por secção vertical ou série de secções transversais, ou ainda, a diafanização da estrutura dentária e visualização do corante por transparência.
Submetido a diafanização, o azul de metileno tende a ser removido, mas nanquim permanece estável (Swanson, Madison, 1987).
A infiltração de microrganismo pode ser evidenciada por observação de turvação de meio de cultivo ou por mudança de cor do meio quando presente um carboidrato fermentável e um indicador colorimétrico de pH.
Dentre os microrganismos utilizados em ensaios de infiltração bacteriana estão o Enterococcus faecalis devido à prevalência em infecções endodônticas secundárias, e por sua capacidade de invadir túbulos dentinários, sobreviver durante e após o tratamento endondôntico, capacidade de competir com outros microrganismos, por apresentar vários fatores de virulência e por ser resistente à privação nutricional.
As diferentes metodologias para avaliação da microinfiltração coronária podem ter resultados afetados por variáveis tais como vácuo, termociclagem, tamanho da partícula do corante, solubilidade do corante, posição da amostra, tamanho e profundidade da cavidade de acesso da amostra, tipo de bactéria, espessura do material selador, tempo de infiltração, entre outros. (Trope et al., 1995)

1.1   PREPARO DE RAÍZES DENTÁRIAS PARA ENSAIO DE AVALIAÇÃO DO SELAMENTO APICAL
·         Selecionar dentes recém-extraídos;
o   Geralmente se opta por dentes unirradiculares humanos, com raízes completamente formadas e retas nos sentidos vestíbulo-lingual e mesio-distal;
o   Descarta-se dentes com calcificações e ramificações radiculares ou de canal;
o   Remove-se os cálculos e tecidos moles aderidos;
·         Secionar no nível da junção cemento-esmalte usando um disco de carborundum montado em mandril longo para peça de mão reta.
·         No caso de dentes multirradiculares, escolher raiz distal (dentes superiores) ou palatina (dentes inferiores).
·         Realizar o preparo endodôntico;
·         Cobrir as raízes com duas camadas de esmalte de unha (utilizando cores diferentes para diferentes grupos);
o   Alguns autores utilizam adesivo epóxi Araldite de presa rápida;
·         No caso de estudo de retroobturação, realizar apicectomia a 3mm do ápice anatômico, perpendicular ao longo do dente utilizando broca tronco-cônica.
·         Realizar grupo controle, que deve sofrer todas as manobras que os do grupo teste, mas no caso do grupo controle negativo receber nova cobertura de esmalte de unha sobre toda a superfície, inclusive a zona apical com a obturação.
1.2   PREPARO DE ENSAIO PARA VERIFICAR INFILTRAÇÃO BACTERIANA
Para realizar ensaio de infiltração bacteriana em canais radiculares de raízes tratadas endodonticamente e já envernizadas (esmalte de unha) pode-se proceder de diversas formas.
Ginjeira (2008) realizou o seguinte procedimento:
- Em cada raiz, ao redor do terço cervical, fabricou um vedante em elastômero de adição, usando parte de um tubo de Eppendorf de 1,5mL como molde e um material de impressão de vinilpolisiloxano;
- Após a presa do material de impressão, aplicou mais uma camada de esmalte de unha na interface entre o material de impressão e a raiz, para reforça o selamento.
- O terço apical radicular não ficou coberto pelo material de impressão;
- O material foi esterilizado em autoclave (1atm, 121oC, 15 min.) ou por radiação gama (25kGy) de acordo com a tolerância à autoclavagem do material obturador.
·         Alguns autores, esterilizam em gás de óxido de etileno a 56oC porque a esterilização sob temperatura mais elevadas podem alterar as características e propriedades da gutapercha e dos cimentos,  além dos dispositivos utilizados no ensaio.
- Em uma câmara de fluxo laminar, foram adicionados, a tubos eppendorf de 1,5mL esterilizados, 0,5mL de caldo peptonado com 5% de glicose, ao qual foi adicionado um indicador de pH – púrpura de bromocresol;
- Cada raiz, com o vedante de material de impressão, esterilizada foi  acondicionada em um tubo Eppendorf, de forma que 1mm da porção apical submergisse no meio de cultivo, e o vedante separasse duas câmara no tubo Eppendorf – uma inferior com o meio de cultivo e o terço apical radicular e uma superior. Ao canal radicular, foi adicionada 10μL de suspensão bacteriana em soro fisiológico estéril contendo 108CFU/mL e incubado sob as condições adequadas ao crescimento do microrganismo.
-Os tubos foram fechados e incubados em estufa a 37oC por 60 dias;
- Durante este período verificou-se a cor do meio para determinar presença de crescimento bacteriano, indicando falha de selamento do material obturador.
- As bactérias escolhidas devem ser capazes de fermentar glicose, e assim, acidificar o meio com alteração na cor do púrpura de bromocresol, que passa da cor azul para amarela.

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